Para Thaís Azevedo, Head de Marketing da empresa, consumidores deixaram de ver apps apenas como serviço de entrega de refeições
A pandemia de Covid-19 acelerou mudanças de comportamento das pessoas em vários campos. No setor de food service não foi diferente. A tecnologia, que já era muito presente, se tornou fundamental e os aplicativos de delivery ganharam destaque não só para o consumidor, mas também como uma grande ajuda para a sobrevivência dos estabelecimentos.
Um desses apps é o Uber Eats, que ajudou muitas empresas como bares, restaurantes, mercados, entre outros, a sobreviverem na crise. Com mais de 80 mil restaurantes parceiros em 250 cidades no mundo afora, o aplicativo também tem forte presença no Brasil. A Head de Marketing da Uber Eats para o Brasil e América Latina, Thaís Azevedo, falou com exclusividade para o podcast BóraVoar, do palestrante de vendas mais contratado do Brasil, Diego Maia.
"O brasileiro se acostumou a fazer compras de supermercado, por exemplo, através de um aplicativo." Thaís Azevedo
Na conversa presente na segunda parte da edição especial sobre food service, Thaís conta quais foram as principais ações do Uber Eats no Brasil para ajudar o setor durante esses meses, adaptações que precisaram ser feitas e analisa o futuro. Confira.
Diego Maia - Thaís, qual análise você faz sobre a crise e sobre essa retomada?
Thaís Azevedo - Assim como em muitos setores da economia nós também passamos por grandes mudanças nesses últimos 18 meses. Tem sido uma época de muitos desafios. Mas também é um período para se reinventar e se adaptar. Então se por um lado os restaurantes tiveram que fechar os seus salões, por outro eles encontraram no delivery uma forma de não só manter os seus negócios vivos, mas também de crescer, se expandir e se reinventar. A pandemia exigiu uma digitalização dos negócios de food service muito acelerada e acabou antecipando um movimento que já estava destinado a acontecer.
Diego Maia - E na Uber Eats, o que precisou ser adaptado?
Thaís Azevedo - Para nós também foi preciso acelerar alguns planos, ajustar algumas prioridades para transformar rapidamente em realidade uma visão de plataforma que a gente já vem construindo aí nos últimos anos. A gente fez isso através da integração dos nossos serviços e do aumento do nosso portfólio de produtos com o lançamento de supermercados, farmácias, pet shops e lojas de conveniência dentro do nosso portfólio. Nosso objetivo foi agregar valor à experiência do nosso usuário, fortalecer a nossa marca e se tornar realmente esse sistema operacional na vida das pessoas. Por isso tem sido um momento bem importante para focar nessas novas frentes e consolidar o nosso lugar no mercado brasileiro.
"A gente sabe que o sucesso da nossa plataforma está diretamente ligado ao sucesso dos parceiros." Thaís Azevedo
Diego Maia - O que vocês fizeram de forma mais prática para ajudar a sobrevivência do setor de food service, para ajudar na manutenção dos empregos nos bares e restaurantes, nos parceiros da Uber?
Thaís Azevedo - Desde o início da pandemia a Uber Eats lançou várias iniciativas para ajudar os restaurantes parceiros a atravessar essa crise, que é uma crise sem precedentes. As ações contemplaram a redução temporária de taxas para os novos restaurantes e os atuais, isenção de taxa em pedidos para a retirada ou que são feitas através do site, antecipação diária e gratuita dos pagamentos dos restaurantes. A gente também fez uma campanha com entrega grátis para pequenos e médios estabelecimentos. O intuito aqui era aumentar a demanda para esses restaurantes parceiros. Além disso, a gente fez um compromisso público de nos próximos meses investir cerca de R$ 70 milhões em ações de marketing e promoções para gerar demanda para os restaurantes cadastrados no Uber Eats e por fim a gente também lançou a campanha Parceria em Pratos Limpos, que tem o objetivo de dar uma visibilidade ao posicionamento comercial que a gente tem como empresa. Acho que o fundamento dessa ação é a transparência e integridade na relação que a gente tem com os nossos parceiros. A gente sabe que o sucesso da nossa plataforma está diretamente ligado ao sucesso dos parceiros, então é muito importante a gente apoiar essa comunidade de restaurantes e negócios locais que foi super afetada por essa crise no último ano.
Diego Maia - Olhando para frente, fazendo exercício aqui de olhar para o horizonte. O que é que você enxerga quando olha para frente? Quais são as tuas expectativas para o seu negócio, para o negócio da Uber Eats no Brasil e para o setor de alimentação fora do lar?
Thaís Azevedo - Agora que nós estamos vivendo essa retomada das atividades fora de casa, reabertura de bares e restaurantes, nós já estamos observando uma retomada nos hábitos mais tradicionais de delivery. Que é aquele pedido mais concentrado na sexta e no sábado à noite, onde a gente é campeão de pedidos. Mas ao mesmo tempo a gente também está observando uma consolidação desses novos hábitos. Os consumidores deixaram de pensar no delivery apenas para entrega de refeição. Ao longo dos últimos meses o brasileiro se acostumou a fazer compras de supermercado, por exemplo, através de um aplicativo. Porque ele já aprendeu agora nesse período que as compras vão chegar na porta da sua casa em pouco tempo. Nós acreditamos que é um hábito que chegou para ficar e deve cada vez mais contemplar novos produtos, novos serviços e novas categorias. Por isso a gente acredita que a gente vai continuar crescendo, embora em um ritmo um pouco menos acelerado do que foi o ano passado.
Você pode conferir mais entrevistas exclusivas no Portal CDPV e ouvi-las no podcast BóraVoar no seu navegador ou na sua plataforma de streaming preferida, como o Spotify, por exemplo.
Sobre o Diego Maia
Diego Maia é o palestrante de vendas mais contratado do Brasil. Com 6 livros publicados, atua no mercado de palestras e treinamentos de vendas desde 2003. Apresenta o BóraVoar, programa que está no ar em diversas emissoras de rádio como Antena 1 (103,7 FM Rio de Janeiro) e Mais Brasil News (101,7 FM Brasília). O programa também é publicado diariamente em todos os aplicativos de podcasts.
Diego Maia é CEO do CDPV (Centro de Desenvolvimento do Profissional de Vendas), escola de vendas pioneira no Brasil, especializada em treinamentos de vendas presenciais e online.
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