Regina Casé

Regina Maria Loureiro Barreto Casé constitui uma das personalidades mais versáteis e marcantes da cena cultural brasileira, deixando uma trajetória que transcende os limites do teatro, do cinema e da televisão. Nascida em 25 de fevereiro de 1954, no Rio de Janeiro, filha do renomado produtor e escritor Geraldo Casé e da dedicada Heleida Barreto, e neta do pioneiro da rádio Ademar Casé, sua formação se pautou por uma rica herança cultural que influenciou decisivamente seus caminhos profissionais.

Iniciou a carreira no universo teatral em 1970, ao inscrever-se no curso de teatro de Sérgio Britto, facto que, posteriormente, culminou na criação do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, fundado em 1974 em parceria com colegas de profissão. Em uma reviravolta marcante, a adaptação de “O Inspetor Geral”, de Nikolai Gogol, proporcionou o reconhecimento imediato – consagrando-a com o Prêmio Governador do Estado de atriz revelação –, enquanto a montagem de “Trate-me Leão”, em 1977 , o rendeu o cobiçado Prêmio Molière.

A transição dos palcos para as telas ocorreu em 1978, quando participou de “Chuvas de Verão”, de Cacá Diegues, abrindo caminho para uma carreira cinematográfica que se destacou em clássicos como “Eu Te Amo” (1981) e “A Marvada Carne” (1985), além de uma participação competitiva no longa americano “Moon Over Parador” (1988). Na televisão, a estreia foi dada em 1983 com a novela “Guerra dos Sexos” e o programa infantil “Sítio do Pica Pau Amarelo”, ambos momentos que consolidaram a sua presença no pequeno e grande ecrã.

Posteriormente, seu talento ganhou contornos ainda mais expressivos com a criação da icônica personagem Tina Pepper, em “Cambalacho” (1986), e a atuação em produções inovadoras como “TV Pirata”, cuja irreverência reconfigurou os padrões do humor televisivo brasileiro. Ao longo das décadas seguintes, a trajetória incluiu a apresentação de programas de grande sucesso – entre eles, Programa Legal, Brasil Legal, Muvuca, Central da Periferia, Esquenta! e Um Pé de Quê? – demonstrando uma capacidade singular de conectar diferentes universos e traduzir em linguagem popular como histórias e os anseios da sociedade.

A experiência acumulada ao longo de uma carreira iniciada em 1974 é complementada por importantes atuações em obras contemporâneas, como o aclamado “Que Horas Ela Volta?” (2015), e pela participação em eventos internacionais, como a conferência de abertura das Olimpíadas de 2016, que destacaram a relevância de sua contribuição para a cultura brasileira.

Dada a profundidade da trajetória e a habilidade em traduzir temas sociais com humor, sensibilidade e influências, Regina Casé revela-se uma escolha extraordinária para integrar o elenco de palestrantes. A expertise adquirida ao longo de décadas e a capacidade de diálogo com diversos públicos fazem dela a candidatura ideal para enriquecer eventos com reflexões sobre diversidade, inclusão e cultura popular. Convidá-la para palestrar significa proporcionar uma experiência única, capaz de inspirar e transformar, por meio de uma visão autêntica e engajada da realidade brasileira.